Prefeitos da região e empresários local participaram da reunião

O senador Hamilton Mourão esteve em Encantado, na manhã desta sexta-feira (20), e ouviu prefeitos do Vale do Taquari e empresários locais sobre as demandas para ajudar e agilizar na liberação de recursos pós catástrofe climática de setembro. 

Em sua primeira manifestação o prefeito Jonas Calvi falou dos prejuízos sofridos e do empenho para recomeçar. “Nós estamos nos reconstruindo, nós estamos recomeçando, todo um crescimento e desenvolvimento que a nossa cidade vivenciava, e o Vale do Taquari como um todo e, de uma hora pra outra, teve essa tragédia. Nós tínhamos aí 471 empresas abertas no período recorde de um ano em Encantado e em questão de uma noite para outra nós perdemos dois anos e meio do orçamento do nosso município, que são quase R$ 300 milhões, em questão de horas! Precisamos olhar pra frente, sim. A força das pessoas nos faz acreditar. Senador Mourão, nossa gratidão pelo senhor vir aqui para realmente perceber o que aconteceu”.

O presidente do Conselho Administrativo da Dália Alimentos, Gilberto Antonio Piccinini, lembrou das fortes estiagens dos últimos anos, da crise das proteínas e, agora, uma planta da cooperativa muito atingida pela enchente. “Diante disso, não vemos nenhuma ação imediata. Precisamos tomar decisões para o futuro. Queremos que nos deem a oportunidade de continuar a contribuir com a cidade, com a região, com o RS”.

Em nome da Fontana S/A o sócio-proprietário Maurício Fontana enalteceu a relevância da empresa no contexto econômico e pediu mais celeridade e menos burocracia. “Seguimos buscando auxílio. Existem anúncios de estudos. Temos um projeto, porém vemos que o tempo passa e as coisas não chegam no seu objetivo. Temos que ser mais pragmáticos. Em todos os setores têm tido empenho, sabemos que existem fundos para eventualidades como essa. Na semana que vem voltamos a operar após 60 dias de paralisação, sem ter uma receita. Temos um dossiê com todas as perdas detalhadas e precisamos de agilidade. O que passamos aqui vamos levar anos para receuperar”.

A CEO da Ciamed, Renata Galiotto, representando a Associação Comercial e Industrial de Encantado (ACI-E), frisou que existe a necessidade de saber o que é possível e o que não é por parte dos órgãos governamentais. “Passamos da fase da expectativa. Nós sabemos que na realidade o sistema é lento, não é num estalar de dedos que as coisas acontecem. Precisamos de transparência, porque nós vamos estartar o plano B, que é o desemprego, mas ainda estamos na esperança de que o governo vai socorrer as nossas empresas, nós precisamos e é agora, senador. Não estamos pedindo nada de graça. Nós vamos pagar essa conta, mas pedimos um juro melhor e um prazo maior”.

Após as manifestações dos membros da mesa, gestores da região também fizeram suas considerações, destacando o apoio, a solidariedade e toda ajuda prestada por parte de voluntários, bem como dos demais municípios que não foram afetados. Reforçaram o pedido de ajuda, de mais agilidade  para dar respostas a população, na solução dos entraves para proporcionar mais dignidade as pessoas.

“A nossa região é comercial, industrial, mas também depende muito da agropecuária. Encantado, Muçum e Roca Sales que foram os mais atingidos pelas cheias concetram o comércio e a industria, levados pelas águas. Porém, outros municípios vivem praticamente do agronegócio. Além disso, uma das fontes de renda é o nosso turismo, que recebe cada vez mais investimentos da iniciativa privada, que vinha num crescimento notável e também foi afetado por essa catástrofe. Com essa tragédia, a indústria e o comércio não produz, o excesso de chuva não permite o agricultor produzir e a burocracia nos programas do governo estão dificultando, principalmente, o setor primário. Se esses três pilares não funcionarem afinados vai refletir no desemprego e nos orçamentos dos municípios, o que nos preocupa enquanto gestores. Fora isso, estamos enfrentando uma crise porque o FPM baixou, o ICMS baixou e estamos batalhando para fechar as contas. A nossa saúde, nível nacional e estadual, também apresenta dificuldades há anos e a maioria das obrigações cai nos municípios. No momento em que mais as pessoas precisam elas não tem acesso aos órgãos governamentais, apenas aos municípios e se nós não tivermos um recurso extra, se não tivermos dinheiro em caixa para subsidiar essas pessoas, nós vamos entrar num colapso regional“, destacou o presidente da Associação dos Municípios do Alto Taquari (AMAT) prefeito de Vespasiano Corrêa Tiago Michelon.

Segundo Michelon, a AMAT encaminhará ofício com as principais demandas, entre elas: de transporte e logística, no setor primário, comércio e indústria, turismo e criação de uma ferramenta a curto prazo para a bacia Taquari-Antas.

O senador Mourão se comprometeu a cobrar do governo federal uma resposta para o Vale do Taquari. “Desde o primeiro dia me coloquei à disposição do governador Eduardo Leite. Nossa tarefa é legislar, fiscalizar e julgar. O governo federal esteve aqui e prometeu R$ 740 milhões e pelos relatos nenhum município recebeu. É um problema. Precisamos de forma direta destinar recursos para os municípios, para as pessoas e abrir linhas de financiamento para ajudar na retomada. Na segunda-feira vou conversar com o vice-presidente Geraldo Alckmin, apresentar essas demandas em mãos e cobrar uma resposta até o final da próxima semana. Sou oposição do governo, mas a favor do Brasil, do RS e agradeço a oportunidade de me dirigir a todos aqui”, disse. Mourão também sugeriu um trabalho de prevenção para evitar tragédias climáticas dessa natureza, através de um plano para o Vale do Taquari.

O prefeito Jonas finalizou a reunião agradecendo a presença do senador e enaltecendo a importância da ajuda para reconstruir as cidades, com mais celeridade nas ações e repasse de recursos.

Também estiveram presentes os secretários municipais de Encantado, Clarissa da Rosa Pretto Scatolla, Stéfanie Casagrande, Karoline Crippa, Odocir Bagatini, Ivanor Daltoé, o gestor de Desenvolvimento Marcelo Casaril, demais prefeitos da AMAT e da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (AMVAT), vereadores de Encantado, Cris Costa, Sandra Vian e Valdecir Cardoso, Defensoria Pública de Encantado, representada pela doutora Isabel Maroni, e a representante da Casa Civil do Governo do Rio Grande do Sul Mareli Vogel.

Data de publicação: 20/10/2023

Créditos: Imprensa/Prefeitura de Encantado

Créditos das Fotos: Imprensa/Prefeitura de Encantado

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